sábado, 22 de junho de 2013

Solidão Assistida








Solidão nas suas mais variadas e diversas faces,

Solidão por opção. Com alguém. Rodeada de todos, sempre. Cheio de nada, mesmo assim
Solidão por abandono. Quando quem vai leva a sua melhor parte, a que te faz companhia Aí é mais que solidão, é vazio,
A tal solidão a dois, disfarçada por aparências e argolas nos dedos. A solução para fugir da real condição de ser inteiro , dividindo o que já não há mais, com o outro, eleito pra este papel. Ilusão pra disfarçar. A pior das solidões, misturada com mentiras
Solidão acompanhada. Destas que a gente desmorona, cai , cata os cacos do coração, mas recolhe tudo. Amontoa num canto como se fossem roupas saídas do armário e não devolvidas. Que a gente organiza depois.Sem pressa. Na sua hora. Que a gente se isola, encontra o luto de frente , chora as suas dores, aprende com todas as vertentes que a dor tras. Mas não se perde. Apenas se reorganiza, Tira o que empoeirou, libera espaços.
Solidão assistida. Como uma doença grave diagnosticada ha tempo, que com os procedimentos corretos fica controlada, Solidão virada do avesso, sem ajuda externa. No interior, mostrando as faces boas de que esquecemos, sempre a ignorar o lado  de livramento que uma perda pode estar escondendo.
As rejeições da vida nos levam a acreditar que o que não temos é o melhor que poderíamos ter e que o que temos não combina, já que esta lá.
Há mais na solidão do que podemos ver.
Fecho a porta do quarto, coloco a musica que mais faz meu coração intensificar seus sentimentos, sejam lembranças, dores, saudade, amor, perda. Masoquismo? Eu prefiro chamar de penicilina.
Solidão assistida, de longe, la onde estou vibrando no fim do túnel. Deixando a carga pelo caminho escuro.
Solidão assistida , no sentido de dar assistência. Só eu sou especialista em mim.

O dia seguinte vem melhor. Ai, os amigos estarão lá de fato.
Um peeling na alma. Deixa a pele seca, descama , enfeia pra limpar, rejuvenece.


Solidão. Na proposção certa. Seja bem vinda

Carvão





Ana Carolina



 
Surgiu como um clarão

Um raio me cortando a escuridão

E veio me puxando pela mão

Por onde não imaginei seguir

Me fez sentir tão bem, como ninguém

E eu fui me enganando sem sentir

E fui abrindo portas sem sair

Sonhando às cegas, sem dormir

Não sei quem é você
O amor em seu carvão

Foi me queimando em brasa num colchão

E me partiu em tantas pelo chão

Me colocou diante de um leão

O amor me consumiu, depois sumiu

E eu até perguntei, mas ninguém viu

E fui fechando o rosto sem sentir

E mesmo atenta, sem me distrair

Não sei quem é você


No espelho da ilusão

Se retocou pra outra traição

Tentou abrir as flores do perdão

Mas bati minha raiva no portão

E não mais me procure sem razão

Me deixa aqui e solta a minha mão

Eu fui fechando o tempo, sem chover

Fui fechando os meus olhos, pra esquecer

Quem é você?

Quem é você?

Quem é você?

Você...