sábado, 22 de junho de 2013

Carvão





Ana Carolina



 
Surgiu como um clarão

Um raio me cortando a escuridão

E veio me puxando pela mão

Por onde não imaginei seguir

Me fez sentir tão bem, como ninguém

E eu fui me enganando sem sentir

E fui abrindo portas sem sair

Sonhando às cegas, sem dormir

Não sei quem é você
O amor em seu carvão

Foi me queimando em brasa num colchão

E me partiu em tantas pelo chão

Me colocou diante de um leão

O amor me consumiu, depois sumiu

E eu até perguntei, mas ninguém viu

E fui fechando o rosto sem sentir

E mesmo atenta, sem me distrair

Não sei quem é você


No espelho da ilusão

Se retocou pra outra traição

Tentou abrir as flores do perdão

Mas bati minha raiva no portão

E não mais me procure sem razão

Me deixa aqui e solta a minha mão

Eu fui fechando o tempo, sem chover

Fui fechando os meus olhos, pra esquecer

Quem é você?

Quem é você?

Quem é você?

Você...

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